‘Tiribelas’: clube de mulheres de observação de aves completa dois anos
02/06/2025
(Foto: Reprodução) Na região de Ilhabela, SP, participantes realizam passarinhadas, solturas, eventos de educação ambiental e muito mais 08/03 Dia Internacional da Mulher - Observação de Aves, roda de conversa e café coletivo
Divulgação COAI Tiribelas
Na região de Ilhabela, litoral norte de São Paulo, cerca de 70 mulheres participam do Clube de Observação de Aves e Vida Silvestre Tiribelas (COAI Tiribelas), grupo exclusivamente feminino fundado há dois anos para explorar de maneira segura a avifauna do arquipélago que é rica e diversa, com mais de 390 espécies de aves.
“Depois de vivenciarmos alguns assédios cometidos com uma de nós em um grupo misto de observadores de aves na região, decidimos criar o nosso grupo, exclusivamente feminino, para termos maior segurança e nos sentirmos à vontade para realizarmos o que a gente ama fazer: observar as aves”, explica a bióloga Arlaine Francisco, que é uma das fundadoras.
A guia de birdwatching Vilma Oliveira conduzindo observação de aves para crianças, durante a Semana de Vela de Ilhabela
Divulgação COAI Tiribelas
Com encontros quase sempre mensais, mulheres que residem na ilha, assim como outras que moram na região, participam não só de passarinhadas, como também de solturas, estudos, palestras, eventos de educação ambiental e muito mais.
“Com o passar do tempo o grupo foi aumentando e hoje temos biólogas, guias, condutoras, mulheres mais jovens e outras senhoras, todas são bem-vindas. Aqui uma dá força para a outra e a nossa ideia é expandir cada vez nossas práticas”, ressalta Arlaine.
Tiribelas em dia de soltura de tiribas na ASM Cambaquara
Divulgação COAI Tiribelas
Por que Tiribelas?
O nome do grupo é uma homenagem a uma espécie bem conhecida e abundante na ilha: a tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis). Uma das integrantes, Silvana Davino, possui um projeto de reabilitação que recebe muitas tiribas, além de outras espécies, resgatadas e machucadas e faz todo o trabalho até a soltura na natureza.
Tiriba-de-testa-vermelha é um dos psitacídeos mais comuns da floresta Atlântica
Ananda Porto/TG
“Em geral são tiribas que foram filhotes para a área de reabilitação e depois de muito trabalho da Silvana e da equipe, elas vão voltar para a natureza. As integrantes do Tiribelas muitas vezes participam do momento que abrem as gaiolas e essas tiribas começam a sair. É um momento de muita emoção para a gente, sabe? É um momento assim, precioso, porque você vê que é possível, que às vezes as aves precisam da interferência humana, mas ainda assim, eles merecem viver livres e acho que isso ilustra muito também a essência do nosso grupo”, diz Arlaine.
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