Gigante da floresta: jequitibá-rosa com 500 anos é encontrado no Rio de Janeiro
08/10/2025
(Foto: Reprodução) Jequitibá-rosa possui 40 metros de altura e sete metros de circunferência
Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA)
Um verdadeiro gigante da natureza foi encontrado em meio à Mata Atlântica da zona oeste do Rio de Janeiro. Pesquisadores da Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA) registraram um jequitibá-rosa (Cariniana legalis) com cerca de 40 metros de altura, o equivalente a um prédio de 13 andares, e sete metros de circunferência. A estimativa é de que o exemplar tenha aproximadamente 500 anos.
A árvore monumental está localizada no Parque Estadual da Pedra Branca, no bairro Guaratiba, a cerca de 200 metros de altitude. O acesso restrito ao local, dentro do chamado Sítio Jequitibá-Rosa, ajudou a garantir sua preservação.
Além do gigante, o espaço abriga outros exemplares da espécie e uma impressionante diversidade de plantas típicas da Floresta da Pedra Branca.
Árvore está localizada no Parque Estadual da Pedra Branca
Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA)
Espécie ameaçada
Segundo o biólogo Thiago Fernandes, da Fiocruz Mata Atlântica, o jequitibá-rosa é uma espécie exclusiva da Mata Atlântica e considerada ameaçada de extinção devido à extração de madeira e à perda de habitat.
“Estimamos que este jequitibá-rosa tenha cerca de 500 anos, mas é uma estimativa. Para calcular a idade com precisão, seria preciso coletar uma amostra de madeira e contar os anéis de crescimento, que se formam no tronco a cada ano. A idade desse exemplar foi estimada a partir da altura e do diâmetro do tronco, comparando com outros jequitibás de porte semelhante que já tiveram sua idade confirmada em estudos científicos”, diz.
“A espécie está ameaçada principalmente pela extração de madeira e perda de hábitat causada por desmatamento, expansão urbana, pecuária, mineração e turismo.” Para garantir a continuidade da espécie, a árvore foi marcada para coleta de sementes, que serão utilizadas na produção de mudas e reintrodução em áreas de floresta.
Espécie é exclusiva da Mata Atlântica e está ameaçada de extinção
Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA)
“As sementes coletadas serão levadas para cultivo no horto da Fiocruz Mata Atlântica. A ideia é conservar a espécie fora do seu habitat natural (conservação ex situ). Se a espécie for extinta na natureza, ainda teremos exemplares em cultivo”, relata o biólogo.
Essa medida segue as recomendações dos órgãos públicos oficiais de conservação, como o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Futuramente, segundo ele, as mudas também podem ser doadas para outras instituições e para projetos de restauração ecológica na Mata Atlântica.
Patrimônio verde
O registro faz parte do projeto Biota Pedra Branca, que une pesquisa, conservação e monitoramento da biodiversidade e das zoonoses na região. A iniciativa busca valorizar a floresta, considerada o maior remanescente de Mata Atlântica da cidade do Rio de Janeiro e também a maior floresta urbana do mundo.
Para ter uma ideia da imponência desse jequitibá-rosa, seria preciso cerca de 15 pessoas de braços abertos para abraçar sua base. Um testemunho vivo de como a Mata Atlântica, apesar das pressões urbanas, ainda guarda segredos e gigantes dignos de admiração.
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