Escritório de advocacia pede para adiar audiência após morte de estagiária em acidente, mas juíza nega; VÍDEO

  • 03/06/2025
(Foto: Reprodução)
Jovem de 20 anos morreu em um domingo e audiência de processo trabalhista ocorreu na segunda-feira. Na decisão, juíza alega falta de justificativa legal para o adiamento. Juíza nega pedido de advogado para adiar audiência após morte de estagiária A juíza Paula Araújo Oliveira Levy, da Vara do Trabalho de Indaiatuba (SP), negou o pedido de um advogado para adiar a audiência de um processo trabalhista após a morte de sua estagiária, vítima de um acidente de trânsito. O advogado gravou e compartilhou nas redes sociais um vídeo da manifestação que fez durante a audiência repudiando a conduta da juíza - assista acima. Leonardo Henrique Alves da Silva conta que, por conta do abalo emocional, protocolou um requerimento pela mudança da data. Em decisão no dia 19 de maio, a magistrada indeferiu alegando que não havia "hipótese legal que justifique a redesignação [reagendamento] da audiência". 📲 Siga o g1 Campinas no Instagram A sessão ocorreu em 20 de maio, dia seguinte ao enterro da jovem. Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) informou que não houve insensibilidade da juíza e que ela buscou "verificar o consentimento das partes envolvidas" (veja a nota completa abaixo). No entanto, o vídeo gravado durante a audiência mostra que o advogado David Oliveira da Silva, que representa a parte contrária, se solidarizou e não se opôs ao adiamento. Ao g1, ele disse ainda que Leonardo estava "visivelmente abalado e que não era razoável prosseguir". Partes teriam concordado com adiamento Em post nas redes sociais, Leonardo prestou homenagem à Kyra. Instagram/Reprodução A sessão era uma audiência inicial – quando o magistrado recebe a defesa e realiza trâmites do processo, como o pedido de perícias. O processo trabalhista envolve uma denuncia insalubridade, rescisão indireta e acúmulo de função contra uma oficina mecânica de Indaiatuba. Leonardo destaca que tanto o cliente dele, que é o empregado que moveu o processo, quanto o advogado do empregador, concordaram com o adiamento. Ele afirma que, apesar de não estar previsto em lei, o pedido era coerente e deveria ter sido recebido com resposta positiva. "O direito, ele não é feito só de leis. Ele é feito também de costume. O que é costume? É uma fonte do direito. E quando falece alguém próximo de você, você fica abalado. Qual é o costume? Morreu alguém próximo, a pessoa tem, pelo menos, três dias de luto. Ela desconsiderou que o costume é assim". "Então, ao meu ver, o despacho dela, além de tudo, foi equivocado. Sem contar a humanidade, né? A humanidade, eu acho que tem que ser um pilar do magistrado". O advogado ressalta ainda que, além desse processo, seu escritório solicitou o adiamento de, pelo menos, outras 15 audiências. Apenas dois não foram aceitos pelos juízes, sendo um na terça, do caso de Indaiatuba, e outro na quinta, de outra comarca. O que diz o TRT-15 Em nota, o TRT-15 afirmou que "não houve qualquer atitude de insensibilidade por parte da magistrada responsável". Disse ainda que "a juíza se solidarizou com a situação relatada pelo advogado e, em nenhum momento, colocou empecilhos ao eventual adiamento da audiência, mas buscou verificar o consentimento das partes envolvidas". Apesar de citar a falta de empecilhos, a nota não faz menção à decisão, assinada pela juíza, que negou o adiamento da audiência. Além disso, não esclarece quem se opôs à designação da sessão, uma vez que ambas as partes, requerido e requerente, teriam acordado. O g1 questionou o TRT, que se recusou a dar mais explicações. No posicionamento, o TRT completa que "tratava-se de audiência inicial telepresencial, voltada à tentativa de conciliação, e a conduta da magistrada teve como norte o interesse das partes e a celeridade na prestação jurisdicional, especialmente diante do elevado volume de demandas da unidade". Por fim, destaca que "a Vara do Trabalho de Indaiatuba é uma das mais sobrecarregadas do TRT-15, com muitos processos em pauta de audiência e estima receber cerca de quatro mil processos em 2025". Jovem estagiava desde janeiro Kyra Luzyara de Andrade Barbosa, de 20 anos, morreu na madrugada do dia 18, em Suzano (SP), e o sepultamento ocorreu no dia seguinte, em Mogi das Cruzes (SP), onde trabalhava (veja abaixo mais detalhes sobre o caso). Segundo o advogado, a jovem estava no terceiro ano do curso de direito e estagiava no escritório desde janeiro. Ela era responsável por fazer testes virtuais antes das audiências e ajudava a esclarecer dúvidas dos clientes "Eu nunca tinha passado por isso de perder alguém que trabalhou comigo, sabe? Então, foi assim, um choque imensurável. Ao mesmo tempo, eu como gestor do escritório, eu não tive o tempo de chorar". O acidente O acidente foi no centro de Suzano. O carro era dirigido pelo namorado de Kyra. A amiga dela, Thalita Marques dos Santos Leonardo, de 22 anos, estava atrás, e não resistiu aos ferimentos. De acordo com o boletim de ocorrência, o condutor, que sobreviveu, tentou atravessar o cruzamento em alta velocidade e acabou atingido por um ônibus. O motorista do ônibus, que não se feriu, contou à polícia que trafegava normalmente pela avenida quando foi surpreendido pelo veículo que cruzava a via. Ele passou por teste do bafômetro, que não indicou presença de álcool no organismo. Ao ser ouvido, o namorado de Kyra admitiu que esteve em um bar durante a madrugada e que havia bebido quatro latas de cerveja. Ele não aceitou fazer o teste do bafômetro e também não autorizou a coleta de sangue. Um exame clínico posterior apontou sinais de ingestão de bebida alcoólica, mas sem alteração psicomotora. Dias depois, a Polícia Civil determinou a prisão em flagrante do motorista pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor e lesão corporal culposa. A investigação segue em andamento. Acidente entre carro e ônibus deixa dois mortos e seis feridos em Suzano Reprodução VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região No entanto, um vídeo gravado durante a audiência o Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/06/03/escritorio-de-advocacia-pede-para-adiar-audiencias-apos-morte-de-estagiaria-em-acidente-mas-juiza-nega-video.ghtml


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